quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007
:: RESFRIAMENTO GLOBAL ::
Não reagem mais aqueles jardins.
As flores todas se desconstróem.
Essa meia-noite que tarda em mim...
Ardis, os minutos não se comovem.
Venho só, venho só com meus ais.
O asfalto fuma os nossos olhos.
O pensamento vive a nos tragar.
Ventos agarram-nos quase mortos...
Aos pés, coragem a se fragmentar.
Venho só, venho só com seus sinais.
As cartas partem fumegantes.
Seus destinos revelam-se surreais.
Nem o frio é frio como antes!
Nossas promessas são desiguais...
Venho só, venho só com meus ais.
O fogo grita, a chama se apaga.
As idéias queimam sem crepitar.
Àquela Lua, qualquer luz que valha,
Somente cega, sem me elucidar.
Venho só, venho só com seus sinais.
O sal da Terra escorreu dos dedos.
A minha sede poderia se saciar?
Tenho um desejo: eu sinto medo.
Na garganta seu nome a soluçar...
Venho só, venho só com meus ais.
Eles falam de aquecimento global...
Não era de calor que tínhamos fome?
Entre nós há uma comoção glacial.
Nosso demônio tem um outro nome.
Venha Sol, venha a nós com seus graus.
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