sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007
:: HOMENS-BOMBA ::
Nossos desejos são tão redundantes.
E nos sentimos tão anormais.
Temos receio da voz dos instantes.
Mas de que modo isso nos satisfaz?
Essas cidades tão angustiantes.
Eu não entendo mais os seus sinais.
Até parece que sou um viajante.
Regressando, já não me encontro mais.
O que há de você em mim?
O que ainda subsiste aqui?
Se tudo que abraço eu me desfaço.
Se todo desejo é um pouco lasso.
Não quero acreditar que somos constantes.
É sábia a ciência de sermos desiguais.
Mas essa individualidade beligerante
Não nos ajuda ter um instante de paz.
O gênio trama ações conflitantes.
E nós agimos como dois rivais.
Às vezes o cenário é tão apaixonante...
Noutras vezes não desejamos mais.
O que há conturbado em ti?
O que se contorceu em mim?
Se nossos temores são congruentes.
Se juntos somos sobreviventes.
Sinto esse tempo tão relevante
Embora não me enterneça mais.
Talvez sejamos novos habitantes
De uma aldeia de seres artificiais.
Entoando um hino revoltante,
Nossos lábios parecem tão fatais!
Quem sabe na fria linha do horizonte
Percebamos o valor do Jamais.
O que explode aqui dentro de mim?
O que morre ali fora de ti?
Se parecíamos complementares...
Até esvairmos por esses ares.
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