sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007


:: RAVE ::

Delirante é a noite de vozes roucas
Onde podes arder a ânsia dos desviados,
Podes fingir o riso dos desavisados,
Posso sentir o ópio dos apaixonados.

Atravessado em luzes loucas
Seu corpo é como um fio de gente
Eletricamente descontente
Serpenteando sob minha sombra.

Você vem e foge seguidamente
Vibrando no seu olhar entorpecente
Um recato com requintes de terror,
Um receio com resquícios de amor...

E alucina meu coração desabrigado,
Vergando o meu corpo como um arame.
Minha tristeza tem gosto de Artame.
Há loops, há beats, mas não há emoção.

Somente fissura, o meu corpo treme...
Ao ver as curvas na seda cor de sêmem
Agitarem-se no seu ritmo indiferente
Na escalada sufocante da gente.

E o dia amanhece na nossa inconseqüência.
Atordoada, você parte com resistência
Largando-me nos braços dessa realidade,
Onde danço sozinho... e em várias metades.

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