domingo, 22 de novembro de 2009

INSPIRADO EM FATOS IRREAIS

Mantenha-se distante de mim, por favor.
É que necessito de um olhar lacônico
Para desmistificar essa comoção romântica...

Perdoe-me se perceber exultância
Nos gestos involuntários do meu corpo
Surpreendido nos encontros ocasionais.

É uma espécie de constrangimento, nada mais.
Sempre fui apto às inexatidões
Que fluem nos nervos dos introvertidos.

Não mencione meu nome, não sejamos amigos.
Melhor atravessarmos essa experiência
Sem quaisquer resquícios de conivências.

Eu sei, soará como arrogância,
De novo, essa infalível insegurança
Que os nossos amigos tanto alertaram.

Quem sabe se por uma ação mais calculista
Eu possa reverter essa cumplicidade
Que se intensificou sem ser percebida.

Agora basta de delírios e medidas
Proclamados ao suor dos impulsos
Pertinentes aos homens desesperados.

Não pode ser amor o que me faz tão lasso...
Somos dois sozinhos do mesmo lado,
Comparsas nessa solidão ambivalente.

Nem mesmo sei o que me fez contente!
É como se dois mundos colidissem em mim.
Cedo ou tarde, nós tínhamos de restar assim.

Um comentário:

Lorelei disse...

Cumplicidade é o nome maior que se dá ao amor.