
Com o constrangimento de quem se engana,
Afasto-me dos sinais da tua mão errante
Buscando sobriedade nesses gestos iniciais.
Comovidos pela cor que vaza nesse alvorecer,
Meus olhos se voltam para o lado de dentro
Repleto de minhas íntimas rasuras.
Eu vejo as circunstâncias mudarem de sentido,
Antevendo no inverso do meu olhar ardido
Os limites ignorados da minha consciência.
É que desisti da ilusão da nossa permanência...
Que se esvai na atmosfera morna dos suspiros
Introvertidos à sombra da minha mão.
Assim, devolvo-me as linhas que eu traço,
Por onde a lágrima secará ressentida
Das coincidências e ausências do último ato.
Nessa página desdobrada em que me desamasso,
Renasço na ironia de um poema egoísta,
Alheio aos versos que eu te prometi.
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