terça-feira, 17 de novembro de 2009

INJUSTIFICÁVEIS

Você revolve as gavetas à procura
Dos vestígios das minhas elucidações
Escritas à margem do seu perfume.

Folha por folha, você presume
Que nas vagas de cada verso traçado
Há um sinal de amor inconciliável.

Com aflição, você rememora
Cada fato narrado nessa tinta indócil
Que sempre se mostra injustificável.

Perdas inconsoláveis, o soluço das horas.
Essa languidez que me conforta e choca
No silêncio de emoções que nos conotam.

Daí me indaga, na luz do desvelo,
O que motivaria esses escapes da nitidez
Que abrange a rotina do nosso enredo.

E nem desconfia que, por essa folha insípida,
O enigma dos meus poemas se precipita
Do coração febril das minhas dúvidas...

Um comentário:

Patricia disse...

comovida com a leitura!
suas dúvidas cardíacas aqui relatadas só levam à certeza que trilha o caminho certo das palavras...
parabéns, meu querido!