terça-feira, 17 de abril de 2007

:: EFEITOS ::

Indolente, ao sabor das letras,
Sua ausência se impõe nesses traços,
Aludindo a comoção que não perfaço
No rígido cimento dos sentimentos.

Seu respeitável dom de fascinação,
Indestrutível, abranda meu coração,
Questionando as emoções influenciadas
Pelas minhas experiências desastradas.

Sei que meu repouso seria bem melhor
Nos arcos sutis das suas sobrancelhas.
Seus olhos, escorregadios, transluzem
No azul tardio das minhas olheiras.

É cômico e não menos comovente
As manias de amor que me circundam.
Há encantos em atos que não supunha.
Você me desfaz num ser mais lúdico.

Até o inverno toma ares românticos.
Eu sorrio para acompanhar o seu ritmo.
Eu aspiro o ar dos seus artifícios.
Esse instinto protetor que aflora...

Coincidências místicas lideram agora.
No futuro reforço o que até duvidei.
Você transcende os amores que eu amei
E, apesar de tudo, isso soa tão bem!

Mas nessa promessa ainda não há voz.
É tão estúpido restarmos tão sós!
Meu silêncio é causa dos seus efeitos.
E seus efeitos condicionam os meus meios...

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