sexta-feira, 23 de março de 2007
:: O ANO DO PORCO ::
Horas silenciosas em minhas fronteiras
Sem quaisquer lições para reportar,
Sequer um desejo para confrontar,
Tão ineficazes no meu discernimento.
Só sensações pairam no íntimo orbe.
O frio por um acaso na escuridão...
Os lábios que roçaram nas minhas mãos...
Da noite tomada no seu último toque.
Ecoa tudo, esse tempo é de morte!
O sabor na xícara é da minha fusão.
Perdemos as horas, estamos na contra-mão
Do destino projetado em nosso riso.
Talvez me suportar seja preciso.
Hoje nem lembrei com que sonhei...
Joguei todo lixo fora, também meditei.
Já inexiste seu nome no pó da estante.
Ah, esse coração principiante...
Acordei nas lembranças em que adormeci.
O gosto da rotina faz você persistir.
Na ausência você vibra mais em mim.
Os jornais são delírios anunciados
Com folhas repletas do seu nome popular.
Nos Classificados, fico a devanear...
No meu leito há um perfume inviolado.
É que sinto falta de ser amado...
Procuro revoluções no meu horóscopo,
Qualquer frase de efeito que me surpreenda,
Que me rasgue no peito essa sua influência.
Em letras graúdas, uma manchete anuncia
A profecia bem-vinda do Ano do Porco
Onde vaidade e amor não se conjugam,
Felicidade e rancor não se recheiam.
Esgotado nesses limites que desnorteiam,
Ponho já toda minha fé nessa predição...
Confio mais num porco que na solidão!
E faço desse ano a minha redenção.
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Um comentário:
"Já inexiste seu nome no pó da estante".
Este verso vale o poema.
Mas é tanto que.
Beijos e aquela coisa toda.
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