quinta-feira, 29 de março de 2007
:: CÉU VERMELHO ::
No limiar dos meus juízos imperfeitos,
Contemplando a realidade indiferente,
Você ousou se inserir na minha mente
Transviando esses meus olhos contrafeitos.
Indecifráveis, os seus modos insuspeitos
Diluíram-se nas águas da minha alegria,
Inoculando uma euforia repentina
Que jamais calculei os seus efeitos.
Em seus olhos oblíquos, na boca traçada...
A minha natureza está toda condensada
No álibi febril do seu enigmático rosto,
Nos músculos comprimidos do seu corpo.
O poder da beleza, sua consagração,
Nos seus nervos frios esnoba a paixão
Que ultrapasso sem medir suas instâncias,
Numa gana que não conhece distâncias.
Basta uma mecha nos olhos deslizar,
Ou suas mãos na cintura descansar,
Que meus membros reagem em sintonia
Como se fossem reais suas fantasias.
Mas eu não tenho seu telefone.
Você pronuncia errado o meu nome.
Sempre em companhia de outros homens...
Como eu defenderia meu coração?
"O meu lar é um céu vermelho..."
"Eu tive de vender os meus cabelos..."
"Por isso faço do meu corpo um puteiro..."
"Solte minhas mãos e leve esse retrato."
Agora as réstias têm o seu formato.
É você as sombras no meu quarto,
As que se formam no corpo do travesseiro
Onde padeço na insônia dos meus desejos.
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