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:: FIDELIDADE ::Por não saber por onde avançar,Não entender o que quer aguardar,Por tudo que hesita desvanecer...Eu odeio você.Eu só odeio você.Por tragar a minha inocência,Fazer do meu amor essa ausência,Por oprimir meus versos sem saber...Eu odeio você.Eu só odeio você.Por preservar sua essência infeliz,Esses dias que nos tornam tão hostis,Pelo abandono que me fez esmorecer...Eu odeio você.Eu só odeio você.Por penetrar no azul da inconsciência,Escurecer na alma sua influência,Por evitar em mim seu amanhecer...Eu odeio você.Eu só odeio você.Por arruinar a minha confiança,Desmerecer a nossa aliança,Que me comove com certa relevância...E eu nem sei por quê!Eu só amei você.Eu odeio, odeio você...
:: ESTÁ EM MIM ::
O que está atravessado em mimNão me remete, nem se enaltece...Desmorona os meus vigores,Sempre alerta às minhas dores.O que está atormentado em mimÉ como um mal necessário...Faz de mim esse desconsolado.Inapto aos novos sermões.O que está isolado em mimAgora enrijece as minhas mãos.Suplanta os rumores dessa sensaçãoQue influi nas veias dos meus ais.O que está desvirtuado em mimNão obedece a norma dos conflitos.Avança na esteira do destinoSem temer os percalços do caminho.O que está corroído em mimTem o gosto de transgressão.É como uma revanche do coraçãoSubestimado na sua integridade.O que está sangrando em mimVai escoar os versos e inverdadesEntornados no cálice dos teus lábiosQue imortalizaram o meu espanto.O que está mudando em mimTem a nuance de um desencanto.É como se eu acordasse antesDe um sentimento que previ...
:: QUEM DE NÓS? ::
Quem se atreveria retroceder
Sob a influência de um olhar dorido,
Desviado do amor, nem comovido,
Diante de tamanha singularidade?
Eu enxerguei você se encaminhar
Para a noite dos seus novos anos
Onde as estrelas intactas, conspirando,
Luziam imóveis nos meus olhos.
Quem sentiria tamanha impiedade
Em atravessar a lâmina da razão
Desfibrando um neófito coração
Alheio às horas dos seus dias?
Você solveu me riso com magia
Sem prever as matizes do meu jeito.
E tomou do meu universo em degelo
As cores que me causavam receio.
Quem estenderia estranha emoção
Que vai de um para o outro
Onde fenece a mesma vontade,
Onde se rouba o mesmo tesouro?
Eu fracassei nos seus estados.
A Lua, para sempre, dorme no seu halo...
Numa paz sem proclamações,
Inimaginável às nossas paixões.
Quem relutaria erguer a mão
Minando como uma doença
Os graus de uma quintessência
Alcançada por dois corações?
Você se elevou sobre as ruas.
As luzes da cidade são tão frias...
Sua lembrança me resgata nas avenidas
Que a arquitetura da dor me impõe.
Quem tornaria no último momento
Quando duas vozes fluindo no vento,
Se propagam velozes, sem rastro,
Numa direção desconhecida?
Quem de nós dois foi o suicida?